24/11/25

Órfãos - Teatro da Rainha / Caldas da Rainha

 



Até onde estaria disposto a ir na defesa de um familiar? Este podia ser o mote de “Órfãos”, peça de Dennis Kelly que, desde a estreia em 2009, nunca mais deixou de ser encenada um pouco por todo o mundo. A criação que o Teatro da Rainha traz agora ao público português, com tradução e encenação de Henrique Fialho, reforça a questão inicial buscando desmontar a lógica do “nós ou eles”, do “quem conhecemos contra quem não conhecemos”, das “pessoas de bem vs. pessoas de mal”. A partir de 20 de Novembro, de quarta a sexta feira, até 13 de Dezembro, sempre às 21h30, a Sala Estúdio do Teatro da Rainha será palco de um jantar romântico convertido em laboratório do mal.

Uma das dimensões mais interessantes neste trabalho do dramaturgo inglês é precisamente o modo como nele se processa o encontro entre uma sociedade corrompida pela violência, pela cultura do ódio, e uma família num momento de disrupção motivado pelo confronto com a realidade. Em “Órfãos” não vislumbramos nenhuma tentativa de nos convencer do que quer que seja. Temperada com humor negro tipicamente britânico, a situação abordada é antes exemplo de como nenhuma pessoa está a salvo da barbárie e da crueldade.

Com tradução e encenação de Henrique Fialho, “Órfãos” conta com a interpretação de Fábio Costa (Liam), Inês Barros (Helen) e Tiago Moreira (Danny), cenografia de José Carlos Faria e desenho de luz de Hâmbar de Sousa.







Fotos, vídeo e texto: ARRE Teatro da Rainha

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Da esquerda para a direita: Tiago Moreira Inês Barros, e Fábio A. Costa(actores); Hâmbar de Sousa (desenho de luz, operação técnica e operação de luz); Raquel Capitão(operação de som) e Henrique Manuel Bento Fialho(tradução e encenação). 


Fotos e texto: Margarida Araújo

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Forrest Gump

 

Filme de Robert Zemeckis com Tom Hanks como protagonista. Em 1995, o filme foi nomeado para treze Óscares, acabando por ganhar seis

Através de três turbulentas décadas, Forrest cavalga numa cadeia de eventos que o leva de uma incapacidade física até ao estrelado no futebol, de herói do Vietname a empresário de pesca de camarão, de honras na Casa Branca aos braços do seu verdadeiro amor. Forrest é o símbolo de uma era, um inocente à solta numa América que está a perder a sua inocência. O seu coração sabe o que o seu limitado QI não consegue saber. O seu compasso moral nunca balança. Os seus triunfos tornam-se numa inspiração para todos nós. Forrest Gump é a história de uma vida.

Ficha Técnica

Intérpretes: Tom Hanks, Robin Wright, Gary Sinise

Realização: Robert Zemeckis

Ano: 1994

Fonte: RTP Play



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Trinta e um anos depois recordo este filme. Na altura tinha 32 anos. Outros tempos, mas o filme parece tão actual... Infelizmente a sociedade anda a passo de caracol...
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História Perdida - Joseph Brodsky

 

Em 1948, na tranquila cidade de Polyany, na Rússia, um menino de dez anos chamado Joseph Brodsky recebeu um dos relatórios escolares mais duros que alguém poderia imaginar. "Teimoso. Preguiçoso. Mal educado. Disruptivo na aula. Faz mal os trabalhos de casa ou não faz nada. Os cadernos dele são confusos e cheios de rabiscos. Ele poderia ser um excelente aluno... mas ele não tenta." O professor não era fã de Brodsky. O menino detestava a escola soviética – sentia-se entediado, pulava de uma escola para outra, repetia de série, e no oitavo ano, se afastou de vez, jurando nunca mais voltar. E ele não voltou.

Embora os livros não o cativassem, as ruas de Leningrado o fascinavam. "As fachadas dos edifícios ensinaram-me mais sobre os egípcios, gregos e romanos do que qualquer sala de aula poderia", ele escreveria mais tarde. Sem diploma, sem educação formal e sem um futuro claro, Brodsky se envolveu em empregos estranhos, mas nunca deixou de escrever. A poesia se tornou sua bússola, mesmo quando o regime soviético o exilou por isso.

Décadas depois, em 1987, o jovem que havia sido reprovado por cadernos sujos e desinteresse na escola recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Joseph Brodsky mostrou que o verdadeiro brilho muitas vezes vai além dos boletins escolares – e que alguns talentos não foram feitos para seguir as regras, mas para reescrevê-las.

Fonte: História Perdida / Facebook



Ele é negro. É um homem...

 

“Ele é negro. É um homem. Você está louca?” disse meu pai. Conheci James na minha primeira semana na faculdade na Carolina do Norte em 1965. Ele estava dando aulas de álgebra no salão dos estudantes, calmo e confiante, o único homem negro na sala. Ofereci-me para ajudá-lo a empilhar livros e de alguma forma conversamos até meia-noite. Ele me ensinou matemática. Eu ensinei-lhe acordes de guitarra. Faltamos à aula para ir ao lago, onde ninguém nos conhecia. Uma vez, um amigo nos viu juntos e nos avisou: “As pessoas falam.” Eu não me importava. James sim. Ele disse que precisávamos ter cuidado. Um mês depois, meu pai encontrou um bilhete que James me escreveu. Ele dirigiu por três horas, invadiu meu dormitório e me tirou de lá. James foi demitido do seu trabalho. Nunca mais o vi. Cinquenta e cinco anos depois, voltei para uma reunião. James estava sentado no mesmo banco. Ele sorriu e disse: “Demorou, hein?” Sentei-me ao lado dele e disse: “Desta vez não vou embora.” 

Fonte: Fabiosa Diariamente / Facebook



Ainda Auschwitz...

 

Quando os soldados soviéticos entraram nas ruínas de Auschwitz, no meio de uma imensidão de objetos arrancados dos prisioneiros, uma cena impossível de esquecer se apresentou diante deles. Uma enfermeira encontrou uma pilha de pequenos sapatos e, logo ao lado, o corpo de uma menina que havia morrido recentemente, talvez apenas algumas horas antes. Ela não tinha nome, não havia ninguém ao seu lado. Mas havia um detalhe que falava por ela: seu cabelo estava cuidadosamente trançado, limpo, impecável, como se sua mãe o tivesse penteado naquela manhã. "Alguém a amou até o fim", murmurou a enfermeira, enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto. Uma das tranças foi preservada. Frágil, mas ainda intacta, ela agora está guardada no Memorial de Auschwitz-Birkenau, um testemunho silencioso deste fato perturbador: mesmo diante da crueldade mais extrema, o amor de uma mãe permanece inquebrantável. Não é apenas uma mecha de cabelo. É um testemunho. Uma vida que o ódio tentou apagar, mas que continua a falar de ternura, dignidade e memória.

Fonte: História Perdida / Facebook


30/10/25

OS BRINCOS À RONALDO E OUTRAS HISTÓRIAS

 

ESPETÁCULO SOBRE  IGUALDADE DE GÉNERO

Três intérpretes para trinta personagens. Um espetáculo bem-disposto, rápido e intenso, com a vida toda a correr. Como as nossas próprias vidas e como o mundo que nos rodeia: situações quotidianas, casos exemplares e a ironia dos preconceitos, dos estereótipos de género, da regulação de comportamento. Da empresa ao cabeleireiro, do consultório médico à praça, do táxi ao portão de casa, da sessão de fitness ao jogo de futebol, situações a que não somos impunes: cada gesto foi criado porque era já nosso, cada palavra foi dita porque já a dissemos. O espetáculo OS BRINCOS À RONALDO E OUTRAS HISTÓRIAS procura, com muito humor, construir um futuro com maior igualdade.

Encenação: Alexandre Sampaio | Dramaturgia: Abel Santos, Alexandre Sampaio, Alicia Gómez, Joana Ventura, Luís Quinas Guerra, Rosa Monteiro, Sofia Borges e adaptação de cartoons, notícias de imprensa, livros da especialidade e relatórios europeus sobre Igualdade de Género | Apoio técnico: Isabel Ramos | Interpretação: Alicia Gómez, Joana Costa, Sofia Borges e José Abrantes | Tema Musical: “Os Maridos das Outras”, de Miguel Araújo | Produção: Casa de Vilar - Associação Cultural e Artística.

Fonte: Foto e texto: CCC

Em 30 outubro 2025 às 21h30 - Pequeno Auditório CCC


22/10/25

Instante Fotográfico


 proximidades da Nazaré

Fiel - o cão salvo


Ele ficou esperando durante 11 dias. Era uma segunda-feira comum de agosto quando passou pela primeira vez pela rodovia. Eu estava voltando do trabalho, cansado, com a cabeça cheia de problemas. Mas algo me fez olhar para o acostamento. Um cachorro vira-lata, magro, sentado no meio do mato, olhando fixamente para os carros que passavam. Como se estivesse procurando alguém. Pensei: "Deve estar esperando o dono voltar." E segui meu caminho. Na terça-feira, ele ainda estava lá. Mesma posição. Mesma expressão. Olhando cada carro que passava com aqueles olhos cheios de esperança que ia morrendo a cada veículo que não parava. Quarta-feira. Lá estava ele. Só que agora mais magro. A pelagem suja de terra e chuva. Eu parava às vezes, mas ele não se aproximava. Apenas olhava para mim, depois voltava a olhar para a estrada. Como se dissesse: "Não é você que eu estou esperando." Passei a deixar comida e água. Ele comia, mas nunca saía daquele lugar. Nunca deixava de vigiar a pista. Quinta. Sexta. Fim de semana inteiro. Ele ali. Chovesse ou fizesse sol. Carros passando a 100 por hora, buzinando, quase atropelando. Mas ele não se movia. Apenas esperava. Na segunda semana, conversei com moradores da região. Foi quando descobri: o dono dele tinha morrido em um acidente de moto naquela mesma rodovia, há 11 dias. Exatamente onde o cachorro estava. Ele não estava perdido. Ele estava lá de propósito. Esperando por alguém que nunca mais voltaria. Meu coração se partiu. Tentei pegá-lo, levá-lo para casa, tirá-lo daquela espera dolorosa. Mas ele resistia. Chorava. Uivava. Como se ir embora fosse trair a memória de quem ele amava. Foi preciso a ajuda de uma ONG de proteção animal. Eles vieram com equipamento, experiência, paciência. E mesmo assim, levou horas. Ele lutou até o último segundo para ficar. Porque para ele, aquele não era apenas um pedaço de estrada. Era o último lugar onde seu humano esteve vivo. Era o único lugar onde eles ainda estavam juntos, de alguma forma. Hoje, dois meses depois, ele está aqui em casa. Eu o batizei de Fiel. Porque não consegui pensar em nome melhor. Ele se adaptou bem. Come, brinca, dorme na minha cama. Mas toda vez que saímos de carro e passamos por aquela rodovia, ele fica inquieto. Olha pela janela com aquela mesma expressão. Procurando. Sempre procurando. As pessoas me dizem: "Que sorte você deu a ele." Mas a verdade é outra. A sorte foi minha. Porque Fiel me ensinou algo que eu tinha esquecido: o que significa amar alguém de verdade. Sem condições. Sem desistir. Mesmo quando todo mundo já foi embora. Mesmo quando a única coisa que resta é esperar. E se você acha que isso é "só um cachorro de rua", então você nunca viu amor de verdade. Porque amor de verdade não escolhe raça, pedigree ou valor de mercado. Amor de verdade fica. Mesmo depois que tudo acabou. Mesmo quando não há mais esperança. Amor de verdade espera 11 dias debaixo de sol e chuva por alguém que nunca mais vai voltar.


 

Passos Coelho

 


Joaquim  Letria

Escreveu:

"AI, SE PASSOS COELHO FOSSE HONESTO!

▪︎

 Se Passos Coelho tivesse começado por congelar as contas dos bandidos do seu partido, que afundaram o país, seria hoje um primeiro ministro que veio para ficar;

Se Passos Coelho tivesse despedido, no primeiro dia da descoberta das falsas habilitações, o seu amigo Relvas, seria hoje um homem respeitado;

Se Passos Coelho tivesse começado por tributar os grandes rendimentos dos tubarões, em vez de começar pela classe média baixa, hoje toda a gente lhe fazia uma vénia ao passar;

Se Passos Coelho cumprisse o que prometeu, ou pelo menos tivesse explicado aos portugueses porque não o fez, era hoje um Homem com H grande.

Se Passos Coelho, tirasse os subsídios aos políticos em vez de roubar os reformados, era hoje um homem de bem;

Se Passos coelho reduzisse para valores decimais as fundações e os observatórios, era hoje um homem de palavra.

Se Passos Coelho avançasse com uma Lei anticorrupção de verdade, doesse a quem doesse, com os tribunais a trabalharem preferencialmente nela, seria já hoje venerado como um Santo...etc. etc. etc.

MAS NÃO!!!!

PASSOS COELHO É HOJE VISTO COMO UM MENTIROSO, UM ALDRABÃO, UM "YES MAN" AO SERVIÇO DAS GRANDES EMPRESAS, 

DA SRA. MERKEL, DE DURÃO BARROSO, DE CAVACO SILVA, 

MANIPULADO A TORTO E A DIREITO PELO MAIOR VIGARISTA DA HISTÓRIA DAS FALSAS HABILITAÇÕES MIGUEL RELVAS,

É VISTO COMO UM ROBOT DO OUTRO ROBOT SEM ALMA E CORAÇÃO, o Sr. VITOR GASPAR."

Fonte: Fernanda Fusco


Aguarela



aguarela - ( ensaios)