Até onde estaria disposto a ir na defesa de um familiar? Este podia ser o mote de “Órfãos”, peça de Dennis Kelly que, desde a estreia em 2009, nunca mais deixou de ser encenada um pouco por todo o mundo. A criação que o Teatro da Rainha traz agora ao público português, com tradução e encenação de Henrique Fialho, reforça a questão inicial buscando desmontar a lógica do “nós ou eles”, do “quem conhecemos contra quem não conhecemos”, das “pessoas de bem vs. pessoas de mal”. A partir de 20 de Novembro, de quarta a sexta feira, até 13 de Dezembro, sempre às 21h30, a Sala Estúdio do Teatro da Rainha será palco de um jantar romântico convertido em laboratório do mal.
Uma das dimensões mais interessantes neste trabalho do dramaturgo inglês é precisamente o modo como nele se processa o encontro entre uma sociedade corrompida pela violência, pela cultura do ódio, e uma família num momento de disrupção motivado pelo confronto com a realidade. Em “Órfãos” não vislumbramos nenhuma tentativa de nos convencer do que quer que seja. Temperada com humor negro tipicamente britânico, a situação abordada é antes exemplo de como nenhuma pessoa está a salvo da barbárie e da crueldade.
Com tradução e encenação de Henrique Fialho, “Órfãos” conta com a interpretação de Fábio Costa (Liam), Inês Barros (Helen) e Tiago Moreira (Danny), cenografia de José Carlos Faria e desenho de luz de Hâmbar de Sousa.
Fotos, vídeo e texto: ARRE Teatro da Rainha
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