02/04/25

Indulgência Plenária

 



Diga 33 — Poesia no Teatro | Indulgência Plenária, de Alberto Pimenta

Leitura aberta por Henrique Manuel Bento Fialho

1 de Abril (21h30) | Sala Multiusos do Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha

Por leitura aberta entendemos uma hipótese de leitura, como, de resto, são todas as leituras que não se arroguem na pretensão de determinar sentidos unívocos no domínio da interpretação de um texto. Não se trata propriamente de uma aula, porque as aulas pressupõem a transmissão de um saber. Aqui estamos no território da partilha, a partilha de uma possibilidade com que o texto poético nos desafia: inventarmos sobre aquilo que nos diz. Indulgência Plenária, de Alberto Pimenta, teve uma primeira edição, pela saudosa &etc, em 2007. Foi reeditado pela Língua Morta em 2018. Na raiz deste poema-livro está o brutal assassinato, precedido de tortura, de Gisberta Salce Júnior, transexual brasileira a quem catorze adolescentes, entregues a uma instituição católica, roubaram a vida no Porto em 2006. Dividido em cinco partes, o poema é percorrido por inúmeras referências que vão da mitologia greco-romana ao teatro de Shakespeare, da poesia de Walt Whitman à arte de Fernando Botero, à poesia de Petrarca ou à ópera de Vincenzo Bellini, referentes culturais que se misturam com mictórios de aeroportos, bares, casas de putas e ruas despojadas de Amor. Identificar e tentar perceber como se conjugam tais referências neste réquiem por Gisberta, será o nosso contributo para a sabotagem dos discursos social e esteticamente dominantes.  - Henrique Manuel Bento Fialho -

Fonte: Texto e foto: Teatro da Rainha


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Fonte: Foto 01 e 02 - Margarida Araújo 







Poemas Num Mar Inquieto

 


Enigmático o mar em que navego,
Imprevisto no horizonte que se avista,
Traz no bojo as inquietações que carrego
Na descoberta e na conquista;
Me assusta no manto de calmaria,
Me incita na revolta tempestade
Em que se agita e extasia
Na procura de alguma secreta divindade.
Carece-me o instinto e o saber
Dos ancestrais e míticos argonautas
Rompendo o absoluto desconhecido
Onde tudo podia acontecer
Seguindo ao som de primitivas flautas
Num enfrentar férreo e destemido.
Em tudo é preciso o querer e a invenção,
A luta,
Num mar inquieto que se agita;
Na essência, toda a criação
Traz o sangue da labuta.




Sinopse:
Aqui nos encontramos muito com uma poesia construída no sobressalto dos sentidos e pouco com aquela saída do esforço oficinal. O autor procurou celebrar o amor, a mulher, a vida e ainda lançar o olhar sobre o mundo à sua volta. Viajou pelos sentimentos, as emoções, os sonhos e fez incursões até aos longínquos lugares da sua memória. A tudo isto batendo nos poemas como diria o imenso Herberto Hélder e sempre reparando porque pôde olhar e ver seguindo o conselho do enorme Saramago.

Editor: Cordel D' Prata
Onde pode encontrar o livro: Bertrand ; Wook
Lançamento em Janeiro de 2025

26/03/25

António Vitorino D´Almeida







O Maestro António Vitorino D´Almeida esteve na tarde de 26 de março de 2025, no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha (CCC), para apresentar o livro “Ensaio sobre a Surdez” à comunidade escolar da Universidade Sénior Rainha Dona Leonor das Caldas da Rainha. 
A sessão contou com a Vereadora da Cultura do Município das Caldas da Rainha, Conceição Henriques, para a abertura do evento e, posteriormente, foi a vez do editor da obra, Jaime Costa, fazer uma breve apresentação do livro.
Por sua vez, sem formalidades, António Vitorino D´Almeida sentou-se ao piano para contar a história da evolução da música, ao longo dos diferentes séculos.

Fotos, vídeos e texto (adaptado)Universidade Sénior Rainha Dona Leonor 






16/03/25

Impulso 25 - Caldas da Rainha

 


Linda Martini

Os Linda Martini são uma banda incontornável da música portuguesa dos últimos 20 anos. Desde 2003 que arrastam pequenas multidões para os seus concertos, nunca esquecendo as suas raízes com um pé no punk e outro no hardcore.

Atualmente, são compostos por André Henriques (voz e guitarra), Cláudia Guerreiro (Baixo), Hélio Morais (bateria) e Rui Carvalho (guitarra). Há uma identidade vincada, inconfundivelmente sua, mas também uma procura constante de novos caminhos. Ano após ano, vão-nos surpreendendo com discos certeiros, aclamados pela crítica e pelo público.

2025 traz novo álbum. “Passa-Montanhas” mostra os Linda Martini a fazerem o que sabem: canções de arestas aguçadas nos sons e nas palavras. É um espetáculo de som, luz e cenografia renovado, centrado nas cores e nas experiências sonoras do mais recente trabalho.


Baby Berserk

Baby Berserk vêm de Amesterdão e são compostos por Mano Hollestelle, Eva Wijnbergen e Lieselot Elzinga. O trio capta a essência da vida noturna contemporânea, equilibrando a pulsação contagiante com a energia crua da música ao vivo.

“Slightly Hysterical Girls With Pearls” é um impulso refrescante e revigorante para o corpo, mente e alma. Mergulha de cabeça no caos vibrante e desafia o status quo com faixas que vão desde o magnetismo hipnótico do entretenimento dos media até aos ferozes gritos de guerra pela igualdade de direitos e liberdade. Cada música é uma viagem através do néon, onde as emoções se elevam e a autoexpressão reina.

Mais do que um álbum é uma afirmação. É sobre abraçar quem somos, expulsar a negatividade e encontrar poder nos nossos impulsos. Baby Berserk criam uma paisagem sonora estimulante e dançante, com um som que mistura batidas lentas e groovy com sintetizadores afiados e um ritmo implacável.

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Textos e fotos: CCC

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Linda Martini - "Corações rápidos"



Baby Berserk | Piggy Piggy | Live at La Route du Rock




Orquestra Ligeira Monte Olivett & Cláudia Pascoal

 


Orquestra Ligeira Monte Olivett & Cláudia Pascoal 

Espetáculo comemorativo do primeiro movimento revolucionário saído das Caldas da Rainha a 16 de Março de 1974.

O “Levantamento das Caldas”, como ficou na memória coletiva a malograda tentativa de golpe de Estado, na madrugada de 16 de março de 1974, momento marcante para o sucesso da operação militar desencadeada a 25 de Abril desse mesmo ano.

A Orquestra Ligeira Monte Olivett apresenta um concerto que une vários estilos musicais, numa combinação sublime sob a direção de David Santos.

Cláudia Pascoal despontou no meio musical e televisivo nacionais através de participações em concursos musicais. O seu estilo situa-se entre a música tradicional portuguesa e uma pop atual, numa categoria única e indefinível.

Em 2021, nos prémios Play ganhou o de Melhor Artista Revelação e em 2023 correu o país a mostrar todo o seu talento e a espalhar a cultura com que cresceu em concertos esgotados.

Orquestra Ligeira Monte Olivett | Maestro: David Santos | Convidada: Cláudia Pascoal






Textos e fotos: CCC

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Orquestra Ligeira Monte Olivett "Vejam Bem"


Cláudia Pascoal - Nasci Maria

12/03/25

Diga 33. Poesia no Teatro


Diga 33 - Poesia no Teatro. 
Ana Salgueiro vem da Madeira para nos falar do projecto "Translocal - Culturas contemporâneas locais e urbanas", materializado na edição de uma revista online e outra impressa em papel, de que foram publicados 5 números, o mais recente dos quais com Jeronimo Pizarro como coordenador convidado. Além de Ana Salgueiro, contamos ter connosco, através de videochamada, o professor, tradutor, crítico e editor Jerónimo Pizarro, responsável por grande parte das novas edições e novas séries de textos de Fernando Pessoa publicados desde 2006. Este será, portanto, um Diga 33 – Poesia no Teatro imperdível, com a poesia enquanto pretexto para uma conversa sobre dicotomias ultrapassadas entre tradição e modernidade, continuidades e rupturas, centro e periferia, a bem da descentralização e contra o capitalocentrismo.

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Hoje o «Diga 33. Poesia no Teatro» com Ana Salgueiro e Jeronimo Pizarro. Programa organizado por Henrique Manuel Bento Fialho. No Teatro da Rainha.
«Amanhã, em Diga 33 – Poesia no Teatro, iremos translocalizar com Ana Salgueiro, coordenadora residente da revista Translocal, e  Jeronimo Pizarro, coordenador convidado do 5.º número da revista, dedicado à Tradução. A Ana vem da Madeira, contra tempestades e depressões, o Jerónimo estará em Bogotá. Com ele, que já esteve connosco numa sessão de excelente memória em 2022, estabeleceremos ligação transatlântica. A Jana que se cuide, motivos de conversa, da boa, não faltarão. Como, a título de exemplo, este poema respigado no mais recente número da Translocal:

ORAÇÃO

Para os meus dias peço,
Senhor dos naufrágios,
não água para a sede, mas a sede,
não sonhos
mas fome de sonhar.
Para as noites, 
toda a escuridão que seja necessária
para afogar a minha própria escuridão.
Piedad Bonnett (Amalfi, 1951), “Oración y otros poemas”, 2019.»



Texto e vídeos retirados da página Facebook de Margarida Araújo
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Fotos: João Eduardo

07/03/25

Quem está aí?

 









Quem está aí?”, a primeira produção do Teatro da Rainha no ano em que assinala 40 anos de actividade, é o resultado de um processo pensado por Fernando Mora Ramos para o triénio 2023-2025. Quatro autores foram convidados a escrever para a Sala Estúdio, partindo de um tema inicial escolhido pelos próprios, o conceito de “invisibilidade”, posteriormente desenvolvido em cenas oficinadas no decorrer de diferentes momentos de criação. Dos textos produzidos por Cecília Ferreira, Elisabete Marques, Henrique Manuel Bento Fialho e Manuel Portela, foram seleccionados 8 que, na sua organização sequencial, tornam invisíveis as próprias marcas autorais. Com estreia agendada para 6 de Março, este espectáculo estará em cena até 22 do mesmo mês, sempre às 21h30, na Sala Estúdio do Teatro da Rainha, sendo possível a realização de sessões para escolas mediante marcação prévia. Interpretação a cargo de Tiago Moreira (Homem, Vigilante), Mafalda Taveira (Jornalista, Amina) e Nuno Machado (Repórter de Imagem, Vigilante e Voz). Mais informações em teatrodarainha.pt

Fotos, texto e vídeo: ARRE - Teatro da Rainha

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«Numa torre de vigilância, um Homem vive obcecado com a fiscalização e o controlo do seu espaço, repetindo de modo compulsivo gestos que o mantêm alerta quanto à possibilidade de vir a ser invadido. Assaltado por fantasmas que o atormentam, ele quer estar pronto para quando o mal chegar. Pressente-o, mas não o vê. Está, no entanto, convencido de que virá. Que mal será esse? Uma Jornalista e um Repórter de Imagem editam uma notícia sobre migrantes resgatados de um naufrágio. Descrente do sentido da sua missão, a Jornalista volta costas à profissão. A dado momento, o Homem da torre cruza-se com a Jornalista e inquire-a. Ela confunde-se com uma das náufragas sem história da notícia sobre migrantes, uma mulher de rosto desfocado. O Repórter de Imagem tenta convencer a Jornalista a regressar ao trabalho. Em 8 cenas, com elementos dramáticos contínuos e descontínuos, “Quem está aí?” procura problematizar o medo e as fobias enquanto alimento de sistemas persecutórios. No cruzamento de planos imaginosos e realistas, desbrava caminho no sentido de uma reflexão sobre os modos mediáticos de ocultação da realidade e de controlo numa sociedade hipervigiada. Ver tudo e não ver nada tornam-se politicamente equivalentes.» 
Ficha Artística Autores | Cecília Ferreira, Elisabete Marques, Henrique Manuel Bento Fialho e Manuel Portela Direcção e Dispositivo Cénico | Henrique Fialho Desenho de Luz | Hâmbar de Sousa Som e Vídeo | Raquel Capitão Guarda Roupa | Acervo do Teatro da Rainha Interpretação | Tiago Moreira ( Homem, Vigilante), Mafalda Taveira (Jornalista, Amina) e Nuno Machado ( Repórter de Imagem, Vigilante, Voz) Fotografia | Margariga Araújo e Paulo Nuno Silva M/14 ESTREIA 6 de Março de 2025 | Sala Estúdio do Teatro da Rainha Apresentações Público Geral Até 22 de Março | Quarta a Sábado SESSÕES PARA ESCOLAS Mediante marcação | de Terça a Sexta | 15h INFORMAÇÕES Segunda a sexta das 9h às 18h | Dias de espectáculo até às 20h | 262 823 302/966 186 871
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Vídeo e fotos: Margarida Araújo


03/03/25

Homem Cão



"Homem-Cão", uma nova comédia de super-heróis lançada pela Universal Pictures, baseada numa série extremamente popular de histórias de banda desenhada infantil, alcançou o topo das bilheteiras norte-americanas no fim de semana. Com estreia portuguesa a 27 de fevereiro, o filme de animação da DreamWorks sobre um combatente do crime canino arrecadou cerca de 36 milhões de dólares (35,17 milhões de euros) no período de sexta a domingo, disse o observador da indústria Exhibitor Relations.

Os livros "Dog Man" - um 'spin-off' da série "As Aventuras do Capitão Cuecas", do autor Dav Pilkey - têm muitos seguidores entre os jovens leitores. Uma adaptação, "Capitão Cuecas - O Filme", chegou aos cinemas em 2017 e arrecadou 125 milhões de dólares em todo o mundo a partir de um orçamento de cerca de um terço desse valor.

Outra estreia, a sátira de ficção científica "Companion", dos estúdios Warner Bros. e New Line, já nas salas portuguesas, ficou em segundo lugar, com 9,5 milhões de dólares (9,28 milhões de euros).

Jack Quaid e Sophie Thatcher são os protagonistas da história sobre uma escapadela de fim de semana que se torna estranha quando um grupo de amigos descobre que um dos convidados é um “robô companheiro”.
As receitas do filme num único fim de semana quase igualaram o seu orçamento de 10 milhões de dólares, segundo a revista Variety.

Em terceiro lugar nas bilheteiras dos EUA e Canadá, ficou a animação da Disney "Mufasa: O Rei Leão", com 6,1 milhões de dólares (5,96 milhões de euros), elevando o total de vendas de bilhetes – nacionais e internacionais – para mais de 650 milhões de dólares (cerca de 635 milhões de euros).

Em Portugal, a comédia da Sony "One of Them Days" ficou em quarto lugar, com 6 milhões de dólares (5,86 milhões de euros).

Keke Palmer e a cantora SZA protagonizam este filme produzido por Issa Rae sobre colegas de apartamento que lutam para pagar a renda ou enfrentam despejo após o namorado de uma delas gastar o dinheiro.

O filme, dirigido pelo realizador estreante Lawrence Lamont, já arrecadou 34,5 milhões de dólares (33,71 milhões de euros) com um orçamento de 14 milhões. O Los Angeles Times chamou ao filme "uma delícia para ser engolida".

E afundando-se para o quinto lugar, em relação à primeira posição do fim de semana passado, ficou o filme de ação da Lionsgate "Flight Risk – Voo de Alto Risco”, com 5,6 milhões de dólares (5,47 milhões de euros).

As críticas foram más para o filme realizado por Mel Gibson e protagonizado por Mark Wahlberg, Michelle Dockery e Topher Grace: o Wall Street Journal chamou "minimamente suportável" a história sobre uma US Marshal dos EUA transporta um mafioso que se tornou informador através da paisagem selvagem do Alasca e o voo complica-se quando é revelado que o piloto tem segundas intenções.

Fonte do texto 3 Fevereiro 2025: SapoMag


26/02/25

Filme: Grand Tour

 


Rangum, Birmânia, 1918. Edward, um funcionário público do Império Britânico, foge da noiva Molly no dia em que ela chega para o casamento. Nas suas viagens, porém, o pânico dá lugar à melancolia. Contemplando o vazio da sua existência, o cobarde Edward interroga-se sobre o que terá acontecido a Molly... Desafiada pelo impulso de Edward e decidida a casar-se com ele, Molly segue o rasto do noivo em fuga através deste Grand Tour asiático.

Realização: Miguel Gomes | Interpretes: Gonçalo Waddington, Crista Alfaiate, Cláudio da Silva, Lang Khê Tran, Teresa Madruga, Diogo Dória, entre outros | Produção: Uma Pedra no Sapato

Ano: 2023 | Género: Longa-metragem | País: Portugal, Itália, França, Alemanha, Japão, China | Classificação: M/12 | Duração: 128 min.


Fonte texto e fotos: CCC


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