29/01/25

Colo

 


Mostra “ELAS FAZEM FILMES

Em Lisboa, uma mãe trabalha em dois empregos enquanto o seu marido ficou desempregado. Têm uma filha adolescente. Com as dificuldades que se vão acumulando, gradualmente eles afastam-se uns dos outros, e uma tensão cresce em silêncio e culpa. O filme é uma reflexão muito actual, e quase serena, sobre o nosso caminho comum como sociedades europeias de hoje, sobre o nosso isolamento, a nossa perplexidade perante as dificuldades que nos vão surgindo, sobre a nossa vida nas cidades e dentro das nossas famílias. É um filme em tensão crescente que nunca chega a explodir.

Em competição no Festival de Cinema de Berlim, um filme escrito, realizado e produzido por Teresa Villaverde (“Os Mutantes”, “Água e Sal”, “Transe”, “Cisne”) sobre a desintegração das famílias afectadas pela crise económica. No elenco encontramos João Pedro Vaz, Beatriz Batarda, Alice Albergaria Borges, Tomás Gomes, Rita Blanco, Simone de Oliveira e Clara Jost (filha da realizadora), entre outros.

Realizadora: Teresa Villaverde | Argumentista: Teresa Villaverde | Autor Banda Sonora: na | Produtores: Teresa Villaverde e Cécile Vacheret | Género: Ficção | Ano de Produção: 2017 | Classificação: M/16 | Duração: 136 min




Fonte do texto e foto final: CCC


Cinema alternativo

 



- TORNAR-SE UM HOMEM NA IDADE MÉDIA -

Mostra “ELAS FAZEM FILMES

Mirene e André, e Carl e Vicente, são dois casais nos seus trintas. Enquanto Mirene e André batalham com a sua infertilidade, Vicente decide submeter-se a uma técnica experimental, implantando um ovário no seu corpo na esperança de ter uma criança com Carl. Um drama conjugal de tons especulativos, “Tornar-se um Homem na Idade Média” é uma história íntima sobre sexualidade queer, autonomia, desejos de reprodução e os fantasmas da normatividade

Realizadora: Isadora Neves Marques | Argumentista: Isadora Neves Marques | Autor Banda Sonora: Joana Gama, Luís Fernandes, Ricardo Jacinto e Bruno Pernadas | Produtores: Catarina de Sousa / Foi Bonita a Festa | Género: Ficção | Ano de Produção: 2022 | Classificação: M/16 | Duração: 22 min.


Fontes: Fotos e texto: CCC

Sessão às 18h00

Instante Fotográfico

 











28/01/25

Aguarelas com Alma

 

Uma exposição que vale a pena visitar. Trabalhos com muita expressividade, cor e beleza. 






Estas fotos dos quadros encontram-se em exposição e foram selecionadas da sua pagina oficial do Instagram oficial de acesso publico.


27/01/25

Instante Fotográfico











 

Leituras

 




Sinopse:

Francisco de Assis sempre exerceu enorme fascínio sobre José Carlos De Lucca, que acalentou por anos o desejo de escrever a respeito do jovem que abalou as estruturas da Igreja e viria a se tornar um dos santos mais populares da História da Humanidade. “Simplesmente Francisco”, porém, é mais do que uma biografia. 

O livro apresenta o Francisco “de carne e osso”, gente como a gente, gentil, alegre, mas também naturalmente frágil, que enfrentou dúvidas e conflitos, levando o leitor a compreender que a santidade de Francisco foi construída na rocha de sua humanidade. 

Francisco soube fazer de suas imperfeições a porta de entrada para que a luz de Deus penetrasse seu coração, e assim encontrou um sentido para a sua existência. Extraindo reflexões sobre essa vida repleta de desafios, conflitos e superações, De Lucca nos convida a buscar o autoconhecimento e um sentido para a nossa vida também. Deixemos que Francisco, simplesmente, nos guie por esse caminho!

Fonte texto: Fnac Portugal

26/01/25

Leituras

 



Livro:

Autor:

Comecei o ano com dois livros do universo da língua portuguesa. O primeiro, "toda a gente tem um plano" no âmbito do clube de leitura "literacidades". Para melhor descrição deste livro recorri à sinopse da Bertrand:

Esta é a história prodigiosa e trágica de Calita, um rapaz negro que tem um plano para a vida. Um retrato do que não vem na literatura bem-comportada -e que nos deixa sem respiração.

Depois de anos em Espanha, onde ganhava a vida como dançarino e DJ, entre outras atividades, Carlos, aliás Calita, regressa a Portugal mas não a tempo de se reencontrar com a tia Lena, a senhora que o criou. Não tem família, não tem amigos, não tem casa. Apenas o sonho vago de juntar dinheiro para comprar uma mesa de mistura e voltar a trabalhar como DJ. É acolhido por uma antiga vizinha que o ajuda a recomeçar e o põe em contacto com um pastor brasileiro e o fiel ajudante deste, Pula-Pula.

Aos poucos, Calita - que também tem outro nomes ao longo do romance - reconstrói a vida a trabalhar na cozinha de um hotel em Lisboa e na companhia do cão, Trovão. E quando parece estar próximo de concretizar os seus sonhos e cumprir o plano que traçou, a tragédia, as recordações e uma enorme quantidade de incidentes vêm bater-lhe à porta e devolvê-lo à estaca zero.

Toda a Gente Tem um Plano é a história trágica deste rapaz negro que cresceu sem os pais e que tem o dom indesejado de estragar todas as possibilidades de felicidade. Da infância em casa da tia Lena e do filho desta, Pedro Mulato, por onde circulavam figuras como o professor Pretérito Perfeito, a macumbeira Rosa Quivunge e o enigmático D. Pacas, sem esquecer a suposta namorada, Eneida, até à vida adulta e selvagem nas noites de Benidorm, passando pela adolescência nas ruas e a fuga do reformatório, foram muitas as vezes em que Carlos tocou a felicidade com a ponta dos dedos apenas para aprender que toda a gente tem um plano até a vida ruir - e os estilhaços lhe acertarem em cheio no coração.

Foi o primeiro livro que li do Bruno, é um romance entusiasmante, quase todos nós nos cruzamos com histórias semelhantes de amigos, família, ou simplesmente de conhecidos, nem sempre com finais felizes. Bruno Amaral nasceu em 1978 na cidade de Lisboa, e entre vários prémios recebidos, destaco o prémio José Saramago 2015.
É com certeza um escritor para continuar a ler.

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Livro:

Autor:

Este segundo livro de Paulina Chiziane, também primeira leitura e no âmbito do Clube de leitura da Casa da Cultura de São Martinho do Porto, é um manancial de relatos da vivência das mulheres moçambicanas e o seu papel numa sociedade dominada ainda, pelo poder machista dos homens. Escrito numa linguagem simples, transportam-nos para um universo em que ainda existe muito terreno a desbravar para que as mulheres tenham o seu papel fundamental na sociedade e na história. Deixo aqui também a sinopse publicada na Bertrand:
 
Rami, casada há vinte anos com Tony, um alto funcionário da polícia, de quem tem vários filhos, descobre que o partilha com várias mulheres, com as quais ele constituiu outras famílias. O seu casamento, de «papel passado» e aliança no dedo, resume-se afinal a um irónico drama de que ela é apenas uma das personagens. Numa procura febril, Rami obriga-se a conhecer «as outras». O seu marido é um polígamo! Na via dolorosa que então começa, séculos de tradição e de costumes, a crueldade da vida e as diferenças abissais de cultura entre o norte e o sul da terra que é sua, esmagam-na.

E só a sabedoria infinita que o sofrimento provoca lhe vai apontando o rumo num labirinto de emoções, de revelações, de contradições e perigosas ambiguidades. Poligamia e monogamia, que significado assumem? Cultura, institucionalização, hipocrisia, comodismo, convenção ou a condição natural de se ser humano, no quadro da inteligência e dos afetos? Paulina Chiziane estende-nos o fio de Ariadne e guia-nos com o desassombro, a perícia e a verdade de quem conhece o direito e o avesso da aventura de viver a vida.

Niketche, dança de amor e erotismo, é um espelho em que nos vemos e revemos, mas no qual, seguramente, só alguns de nós admitirão refletir-se.

Alguma citações do livro Niketche: 

Um marido em casa é segurança, é proteção. Na presença de um marido, os ladrões se afastam. Os homens respeitam. As vizinhas não entram de qualquer maneira para pedir sal, açúcar, muito menos para cortar na casaca da outra vizinha. Na presença de um marido, um lar é mais lar, tem conforto e prestígio. (Pag.11)

A minha vida é um rio torto. No meu rio as águas pararam no tempo e aguardam que o destino traga a força do vento. No meu rio, os antepassados não dançam batuques nas noites de lua. Sou um rio sem alma, não sei se a perdi e nem sei se alguma vez tive uma. Sou um ser perdido, encerrado na solidão mortal. (Pag.17)

Sou um rio. Os rios contornam todos os obstáculos. Quero libertar a raiva de todos os anos de silêncio. Quero explodir com o vento e trazer de volta o fogo para o meu leito, hoje quero existir. (Pag.17)

Não sou possessiva. Venho de uma terra onde a solidariedade não tem fronteiras. Venho de um lugar onde se empresta o marido à melhor amiga para fazer um filho com a mesma felicidade com que se empresta uma colher de pau. Na minha comunidade o marido empresta uma esposa ao melhor amigo e ao ilustre visitante. Na minha aldeia, o amor é solenemente partilhado como uma hóstia. (Pag.79)
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(Observação: A referência das páginas diz respeito à edição do Circulo de Leitores, Dezembro 2003).