29/09/25

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Humor


 

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O caminho de volta


(39/2025) O caminho de volta, de António Jorge Gonçalves. Livro de fácil leitura, cerca de 15 minutos, a não ser que se perca a observar a banda desenhada e a refletir sobre as frases. Frases, poucas, mas muito poucas, as suficientes para nos deixar suspensos na profundidade dos sentimentos. Inquietante, descreve a estória de uma mãe e de um filho e de todo um universo à sua volta recheado de questões existenciais. A mãe está num lar, e a cada visita do filho constrói-se uma narrativa que corrói o universo dos sentimentos. Esses sentimentos estão espelhados na extensa banda desenhada a preto e branco. A leitura deste livro é um percurso sem retorno. Chega-se ao fim sem vontade nenhuma de voltar ao princípio. Parece que cada um de nós está ali ou pode vir a ser retratado naquela história…Se calhar servirá para nos preparar.

Excerto: «Pensas numa linha direita, mas a tua mão fá-la torta. A linha para que olhas agora foi a tua tentativa de a fazer direita. Mas como é torta faz-te imaginar coisas. Desenhas o que imaginas ver.»

📸foto e texto🖊 João Eduardo


24/09/25

O voo do crocodilo





Entre 1946 e 1974, Ruy Cinatti realiza uma experiência nómada, aproximando-se do povo de Timor-Leste e do seu território. A identidade cultural que ele pretende preservar é ameaçada pela opressão colonial e a decadência do Império Português. Rejeitando esta condição, Ruy Cinatti faz levantamentos etnográficos, pesquisas antropológicas: regista textos orais, fotografa e filma as pessoas e paisagens, documenta rituais e faz pactos de sangue com os chefes tribais -Liurais- de forma a aceder a locais sagrados. Torna-se timorense. Há várias vozes que se entrelaçam e se relacionam como uma polifonia com os poemas e a heterogeneidade de imagens do arquivo do autor. O Voo do Crocodilo evoca Ruy Cinatti através de harmonias visuais e sonoras, pleno de complexidade, e motividade e beleza, criando sentidos e rimas.

Intérpretes: Ricardo Aibéo, Joaquim Manuel Magalhães, Vasco Medeiros Rosa, Cláudia Castelo, Joana Matos Frias, Lúcio Manuel Gomes de Sousa, Maria do Carmo Piçarra, Luís Cardoso de Noronha, Peter Stilwell | Realização: Fernando Vendrell | Produção: David & Golias | Música: Nuno Canavarro, Eduardo Raon, Luís Figueiredo, João Hasselberg, Pedro Melo Alves | Ano: 2024 | Duração: 71 min.

Foto e texto: CCC


21/09/25

Sol Invicto


Sinopse:

Sol Invicto é o segundo livro de Cobramor, pseudónimo de Hugo D'Oliveira.

Sol Invicto, a última divindade pagã a resistir antes da cristianização do império romano, simbolizava a vitória da luz sobre as trevas, a cada manhã. Em Sol Invicto as ruínas da poesia maldita fundem-se com a utopia beatnik, aliadas à crueza duma certa tradição lusitana e à herança da literatura de inspiração libertária. Uma edição especial, limitada e numerada, de 200 exemplares que inaugura a coleção Poesia Vadia.

Foto: João Eduardo
Texto: Bertrand

Livro 37/2025

20/09/25

Instante Fotográfico

 









Setembro 2025

A Parábola


Concerto monográfico de teatro-música

Compositor, designer sonoro, especialista em comunicação acústica, ensaísta, pedagogo, Carlos Alberto Augusto estudou com duas figuras de relevância mundial, os compositores canadianos R. Murray Schafer e Barry Truax, e sob a orientação deste último completou o mestrado em comunicação hipermédia interativa na Universidade de Simon Fraser, em Vancouver, Canadá.

A Parábola é um ciclo de peças para músicos-atores, a solo, que interpretam o seu instrumento, dizendo simultaneamente um texto, auxiliados ainda por uma componente eletrónica. Compõem-na sons do seu instrumento, processados eletronicamente. Os textos deste projeto têm origem no livro The Parable of the Beast, de John Bleibtreu. O concerto inclui quatro peças, para quatro solistas (viola de arco, marimba, percussão e guitarra clássica). A peça de guitarra ouvir-se-á em estreia absoluta. Trata-se da reunião de solistas de gabarito internacional, num desafiante género que coloca novos problemas de natureza técnica e artística. Com uma fortíssima ligação ao Teatro da Rainha, Carlos Alberto Augusto, desenvolve, sobretudo desde 2001, uma atividade regular no domínio do teatro-música.

Parceria: CCC - Teatro da Rainha

Foto e texto: CCC

17/09/25

Teatro: Vento Forte



A Mulher quer que o Homem se vá embora. Ele não vai. O Homem quer que o Jovem se vá embora. Ele não vai. Os três estão num impasse. A possessividade do Homem é clara. A passividade da Mulher não passa despercebida. A carga sexual do Jovem é óbvia. Na entrada que dedica a Jon Fosse, o site do Prémio Nobel aponta, sobre Vento forte, que “se torna evidente o uso sempre maior da imagética e do simbolismo”, aludindo ao emprego de uma linguagem lírica no contexto da escrita para teatro. Talvez por isso Fosse tenha, ele próprio, subtitulado a sua peça como Um poema cénico. Vento forte foi publicada em livro em 2021, e estreada no mesmo ano (a 4 de Setembro), no Teatro Nacional da Noruega. É pela primeira vez levada à cena no nosso País.

 
Texto: Jon Fosse | Encenação: António Simão | Interpretação: Andreia Bento, António Si-mão, Nuno Gonçalo Rodrigues | Cenografia e Figurinos: Rita Lopes Alves | Som: André Pires | Animação Vídeo: Daniel Sousa | Desenho de Luz: Pedro Domingos

Parceria: CCC - Teatro da Rainha

Fonte: Fotos e texto: CCC