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O que pude constatar é que o filme não agradou à critica, mas tem agradado ao publico. Os críticos são os especialistas (dizem), mas o público é soberano nos gostos e é o principal responsável por existirem ainda cinemas que passem filmes, sobretudo dos que vem do nosso continente europeu. É útil apoiar o cinema europeu. O cinema americano já cansa com o seu mundo de fantasia com laivos de patriotismo tonto, num país que nem respeita os direitos humanos no mundo. Se calhar na Europa passa-se o mesmo, mas é a nossa cultura que temos que construir e acarinhar e não importar futilidades. Quanto ao filme e porque estamos em Portugal onde se nega a cultura em geral, para ver Peter von Kant, tive que me deslocar a Lisboa. É ingrato com tantas salas de cinema pelo país fora não sejam ocupadas por filmes de qualidade. As pessoas preferem consumir imbecilidades televisivas e ficamos assim redundantes na ignorância. As pessoas gostam de ver, porque as distrai do mundinho de escravatura consentida, e não estão nem aí. Exceto se cair uma bomba na rua, no seu bairro. Aí talvez despertem para outras interrogações da vida. Cada um tirará as conclusões ao ver este filme, mas ele retrata o mundo obscuro dos interesses com favores na sua maioria sexuais. Eu dou o corpo e tu dás-me fama em troca, este comportamento não é velho, é uma fórmula exploratória, onde o cinismo e o sadismo dos interesses impera. É o nu e o cru de uma sociedade que se inquieta ainda com o correto e prefere o incorreto, o obscuro, dá-lhes prazer. E porque pensar mais se a vida é um instante. Para outros parece a eternidade, mas quando se dão conta que são velhos e que a beleza lhes fugiu das mãos, tudo pode acontecer...
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