Adeus setembro...
Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens » Fernando Pessoa «
30/09/24
25/09/24
O Juiz da Beira
O Teatro da Rainha recebeu a nova criação do Teatro das Beiras, ”O Juiz da Beira”, uma farsa de Gil Vicente, que consistiu numa espécie de continuação de uma outra peça do mesmo autor: “O auto de Inês Pereira”. Neste auto, a protagonista casa com um homem meio atolambado, Pêro Marques, que se revela um pau mandado.
Em “O Juiz da Beira” vamos encontrar de novo Pêro Marques, ainda casado com Inês Pereira, mas desta vez feito juiz. Às suas audiências comparecem Ana Dias, que acusa o filho de Pêro Amaro de lhe ter violado a filha; Alonso López, que incrimina Ana Dias de ser alcoviteira; e um escudeiro, que acusa Ana Dias de ser ladra. Para finalizar, quatro irmãos (o Preguiçoso, o Bailador, o Amador e o Brigoso) vêm disputar a herança que lhes deixou o pai. Como seria de prever, Pêro Marques resolve da forma mais absurda todos estes litígios, mas, curiosamente, todas as sentenças acabam por revelar-se arrazoadas.
Foto: Teatro da Rainha
Texto (adaptado) Teatro da Rainha
Amarrados
Título original: Never Let Go
Realização: Alexandre Aja
Elenco principal: Stephanie Lavigne, Matthew Kevin Anderson, Christin Park, Halle Berry
Sinopse:
Num mundo pós-apocalíptico, uma mãe (Halle Berry) vive numa casa isolada no campo com os dois filhos gémeos. Têm de ficar sempre ligados, através de cordas, à casa e uns aos outros. Caso contrário, perdem a protecção contra as forças do mal que os rodeiam. Certo dia, um dos miúdos começa a duvidar da existência desses perigos, o que trará consequências desastrosas para toda a família.
É esta a premissa deste filme de terror de sobrevivência do francês Alexandre Aja (“Piranha 3D”, “Haute Tension”, “Terror nas Montanhas”, “Espelhos”, “O Misterioso Louis Drax”). Além de Berry, o filme conta com Percy Daggs IV e Anthony B. Jenkins.
Foto e texto: CineCartaz - Público
23/09/24
22/09/24
Outono
Mais uma estação do ano de 2024. em Portugal o equinócio de Outono começou no dia 22 de setembro às 12h44.
Canção de Outono
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No entardecer da terra,
O sopro do longo outono
Amareleceu o chão.
Um vago vento erra,
Como um sonho mau num sono,
Na lívida solidão.
Soergue as folhas, e pousa
As folhas volve e revolve
Esvai-se ainda outra vez.
Mas a folha não repousa
E o vento lívido volve
E expira na lividez.
Eu já não sou quem era;
O que eu sonhei, morri-o;
E mesmo o que hoje sou
Amanhã direi: quem dera
Volver a sê-lo! mais frio.
O vento vago voltou.
Fernando Pessoa
psicopictografia
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Dia 20 Setembro, pela 20h30 na Associação Cultural Espírita de Santarém, contou com a presença de Florêncio Anton, que emocionou todos os presentes com uma sessão de pintura mediúnica (psicopictografia).
Liberdade
Proibidas de falar, cantar, ler em voz alta: nova lei dos talibã silencia as mulheres no Afeganistão
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Inconcebível que em 2024, a ditadura masculina continue a dominar e a minar a igualdade entre homens e mulheres. Mais grave é que a comunidade internacional continua a ignorar este sofrimento em que a liberdade, a democracia, o respeito pelo próximo não seja prioritário. Temos uma ONU completamente apática a práticas antidemocráticas por parte de alguns dos seus membros.
João Eduardo
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O que será das mulheres no Afeganistão? Da liberdade delas, dos sonhos delas, dos direitos delas, das escolhas delas? Há uma sensação de impotência enquanto se assiste aos últimos acontecimentos. Quando chegarão os melhores dias para todos? Espero que mais cedo do que mais tarde.
18/09/24
Falar dele no céu de uma paisagem
Poemas de: A. Dasilva O., Amadeu Baptista, Ana Paula Inácio, António Cabrita, António de Miranda, Carlos Alberto Machado, Catarina Santiago Costa, Helena Costa Carvalho, Henrique Manuel Bento Fialho, Inês Dias, Jaime Rocha, João Alexandre Lopes, João Paulo Esteves da Silva, Jorge Velhote, Jorge Vicente, José Ricardo Nunes, Levi Condinho, Luis Manuel Gaspar, m. parissy, manuel a. domingos, Margarida Vale de Gato, Maria F. Roldão, Maria João Cantinho, Marta Chaves, Miguel Cardoso, Miguel de Carvalho, Miguel Manso, Miguel Rego, Nicolau Saião, Nuno Moura, Paulo Correia, Raquel Nobre Guerra, Ricardo Marques, Rita Taborda Duarte, Rosalina Marshall, Rui Almeida, Rui Pedro Gonçalves, Rui Tinoco, Sandra Costa, Sónia Oliveira, Teresa M. G. Jardim, Vasco Gato, para Mário Ferreira da Silva Botas ( 23 de Dezembro de 1952 / 29 de Setembro de 1983). Capa e ilustrações de Alexandre Esgaio.
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Os cães de Mário Botas
não tem título, repousam
serenos sobre sofás literários
e galgam o colo dos donos
como se tivessem asas.
São cães alados, gregos,
nazarenos que ouvimos
uivar em noites de tormenta.
Há deles que rosnam
com bocas hiantes
ou sobem aos telhados
imitando felinos com cio,
não esgaravatam sobras
nem farejam rabos,
abraçam-se humanamente
caninos. São cães leais
com os quais simpatizamos
por neles não reconhecermos
a morte canídea que nos
roubou sentido à vida
quando ainda mal nascêramos.
Henrique Manuel Bento Fialho
Edição conjunta volta d´mar e Biblioteca da Nazaré.
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Leitura na praia de Salir do Porto. Um misto de poesia e brisa do mar, foram os ingredientes mais que suficientes para digerir as 90 páginas deste livro.
17/09/24
Zetho Cunha Gonçalves
Em 17 de Setembro realizou-se mais uma sessão de Diga 33 – Poesia no Teatro. Zetho Cunha Gonçalves foi o poeta convidado. Nascido na cidade do Huambo, Angola, a 1 de Julho de 1960, coligiu recentemente o seu singularíssimo labor poético num volume intitulado “Noite Vertical. Poemas Reunidos (1979-2021)”, galardoado com o I Prémio dstangola/Camões. Poeta, autor de literatura para a infância e juventude, ficcionista, organizador, antologiador e tradutor de poesia, está traduzido em diversas línguas. Na sua poesia ressoam os ensinamentos da ancestralidade, marcada que está por um intenso e apaixonado trabalho de transversões da tradição oral e da chamada poesia primitiva de várias latitudes, com especial incidência nas tradições angolana e moçambicana.
A poesia não é de agora, nem sequer desses tempos em que Gutenberg revolucionou a palavra impressa. Anterior às edições em pergaminho e papiro é a poesia. Se aceitarmos que o “Épico de Gilgameš” é o mais antigo livro de que há memória, então a poesia já se fixava em placas de barro na escrita de babilónios e assírios. Mas estamos em crer que também anterior a essas doze placas, conservadas em assépticas salas de museu, era já a poesia. Há toda uma tradição oral que nos remete para os tempos primitivos da arte poética, essa arte de dizer como tudo pode ser outra coisa. Como tudo é outra coisa.
Octavio Paz interessou-se pela ancestralidade do poema, perscrutando a herança cultural mexicana para na sua matriz entender melhor a liberdade hipotecada pelos contemporâneos. Henri Michaux sentiu-se arrebato por formas distantes no tempo e no espaço, buscando-as nos ideogramas chineses, no hinduísmo, no ascetismo místico. Por cá, Herberto Helder incluiu na sua “Poesia Toda” um “O Bebedor Nocturno” repleto de enigmas e de mistérios ancestrais e “As Magias” respigadas entre uigures, pigmeus, dincas, comanches, etc. Entre nós, neste tempo rendido à religião tecnológica, ninguém como Zetho Cunha Gonçalves tem levado tão a sério o mergulho na «força imagística e sage» da traição oral, na sua extraordinária atemporalidade e beleza. É com ele que vamos falar no próximo Diga 33 – Poesia no Teatro.
Zetho Cunha Gonçalves (Huambo, Angola, 1960) passou a infância e a adolescência no Cutato, pequena povoação na Província do Cuando-Cubango a que chama a sua «pátria inaugural da Poesia». Estudou no Colégio Alexandre Herculano, na cidade do Huambo, e Agronomia na extinta Escola de Regentes Agrícolas de Santarém. Poeta, autor de literatura para a infância e juventude, ficcionista, tradutor de poesia, exerceu variadíssimas profissões. Foi coordenador da página literária «Casa-Poema da Língua Portuguesa» no jornal Plataforma, de Macau, e da secção cultural da revista África 21. É membro da União dos Escritores Angolanos. Traduzido em várias línguas, tem participado em colóquios e encontros literários de vários países. A ele devemos também um relevante trabalho de organização das obras poéticas de outros autores, de que são exemplo “Uma faca nos Dentes”, de António José Forte, ou a “Obra Poética 1953-1993”, de Luís Pignatelli. Em 2018, o seu nome foi proposto para Prémio Nobel de Literatura. Em 2019, “Noite Vertical”, obra publicada em 2017, foi galardoada com o I Prémio dstangola/Camões. A sua obra está reunida no volume “Noite Vertical. Poemas Reunidos (1979-2021)”, edição da Maldoror, Lisboa, 2021.
Com Zetho Cunha Gonçalves vamos falar do seu singular percurso poético, das aproximações possíveis à ancestralidade, da Angola de infância, da sua relação mais ou menos próxima com os autores invocados nos poemas em prosa de “A Labareda Inconspurcável”, desse trabalho minucioso e criativo que consiste em trasladar da tradição oral para uma forma fixa aquilo que é “Sem Remédio” (Tradição oral engouda): «Sem remédio / é a velhice. // Porém, / a nenhum desmemoriado / se lhe olvida — a boca.»
16/09/24
Cultartis na biblioteca
Encontra-se em exposição a Cultatris na Biblioteca Municipal de 13 de Setembro a 26 de Outubro de 2024. A exposição é composta por trabalhos de pintura, fotografia e escultura de diversos autores.
15/09/24
Colombo em apuros
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Colombo em apuros, um espetáculo teatral com Paulo Patrício e João Patrício, para além da participação e interação do publico presente.
O espetáculo realizou-se em Santarém no Círculo Cultural Scalabitano.
15 Setembro 2024
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