08/10/24


 


Filme de José Barahona conta com interpretações, entre outros, de Anabela Moreira, Zia Soares, Ângelo Torres e Miguel Damião.

O filme “Sobreviventes”, de José Barahona, um olhar sobre os portugueses colonialistas e a escravatura a partir da história de um naufrágio

O filme - uma ideia de José Barahona, com argumento coescrito com José Eduardo Agualusa, que remete também para o livro “Nação Crioula”, do autor angolano, e para a personagem fictícia Fradique Mendes – com estreia comercial em 03 de outubro (Portugal), segundo a distribuidora Zero em Comportamento, num comunicado hoje (28Ago2024) divulgado.

Rodado em 2022 na costa portuguesa, o filme conta com interpretações, entre outros, de Anabela Moreira, Zia Soares, Ângelo Torres e Miguel Damião.

Em junho do ano passado (2023), quando estava a finalizar o filme, José Barahona contou à Lusa que “Os Sobreviventes” é “um olhar sobre a escravatura”.

“É uma história dos sobreviventes do naufrágio de um navio negreiro em meados do século XIX numa altura em que o tráfico está a acabar”, referiu.

“Vermos os portugueses tendo atitudes muito racistas e muito esclavagistas não é tão habitual no cinema português quanto isso”, considerou José Barahona, para quem falar de colonialismo, escravatura e do período designado “Descobrimentos” é falar de “uma questão complexa que está muito em cima da mesa hoje em dia”.

“Estamos a levantar esse véu de uma coisa que nós aqui [em Portugal] costumamos varrer para debaixo do tapete; esse crime enorme que os portugueses cometeram que foi o tráfico de escravos e que depois continuou depois da independência do Brasil. […] As comunidades negras quer no Brasil quer em Portugal estão a querer que todos nós olhemos para esse período da história de outra maneira”, sublinhou na altura o realizador.

“Os Sobreviventes”, filmado a preto e branco, também remete para “a perspetiva dos angolanos”. “Há personagens fundamentais no filme que são angolanos escravizados que foram tirados de Angola e enviados para o Brasil”, disse.

O filme, uma produção da brasileira Refinaria Filmes e da portuguesa David & Golias, foi apresentado no 21.º Festival IndieLisboa, que aconteceu entre 23 de maio e 02 de junho deste ano (2024).

José Barahona, que tem trabalhado em cinema em Portugal e no Brasil, é autor, entre outros, dos filmes “Nheengatu - A Língua da Amazónia” – que também aborda questões sobre colonialismo – e “Estive em Lisboa e lembrei de você”.

Fotos e Texto(adaptado): Sapo.Cinema



Video Youtube: Cinema em Portugal 

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Estive apenas e só, na sala de cinema. O que estaria outro mundo a fazer, para não verem este filme que retrata retalhos da nossa história recente. Um documento temporal que nos deixa envergonhados quando se fala de escravatura humana e de privilégios dos "brancos". Agora vive-se outros tempos, outras escravidões, os mesmos perigos...


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