10/11/24

Estamos no Ar


Estreia em longa-metragem de Diogo Costa Amarante – vencedor do Urso de Ouro na Berlinale Shorts com "Cidade Pequena", em 2017 – e com fotografia de Sabine Lancelin, "Estamos no Ar" conta a história de uma família do Porto. Vítor é um homem na casa dos 30 que vive com Fátima, a mãe, e é muito próximo de Júlia, a avó, que se encontra numa casa de repouso. Cada um deles tenta encontrar uma forma de ser feliz, mas parece que há algo que constantemente os impede de avançar.

Os actores Carloto Cotta, Sandra Faleiro, Valerie Braddell, Anabela Moreira, Cucha Carvalheiro, João Pacola, Marco Paiva, Pedro Almendra, Romeu Runa e Sónia Balacó compõem o elenco. 

Fonte: Cinecartaz

Outros registos:

Fátima diz que não sente nada, mas sonha com o polícia que se mudou recentemente para o apartamento ao lado. Vítor, o filho, usa secretamente a farda do vizinho na expectativa de que o rapaz que conheceu online sinta alguma coisa por ele. Júlia, a avó, quer fugir do lar, mas sente-se cansada de andar às voltas para não ir a lado nenhum. Uma espiral de insónias e ilusões noturnas leva a mal-entendidos e relações impossíveis, todos em busca de um pouco de ar.


Estamos no Ar, título da longa metragem de estreia de Diogo Costa Amarante, coloca-nos perante uma dualidade de entendimento. Por um lado a expressão indica o acto seguinte ao momento da descolagem numa viagem de avião: e é aqui que as personagens, Fátima (a mãe), Vítor (o filho) e Júlia (a avó), se encontram, no momento a seguir à mudança. Cada uma tenta conviver com aquele arrepio que sentimos a seguir à subida do avião e cada um deles à sua maneira tenta encontrar o seu espaço de conforto nesta viagem, que é a vida de cada um. Mas “estamos no ar” também significa que o programa de televisão está em directo, a ser emitido. E neste sentido, cada uma das personagens também assiste na plateia (literalmente esse é o trabalho de Vítor) à vida das outras, sem que tal interfira com as suas escolhas. Esta duplicidade narrativa quase matemática entrecortada por uma montagem segura e destemida, e uma fotografia deslumbrante assinada por Sabine Lancelin (responsável pela direcção de fotografia dos últimos filmes de Manoel de Oliveira), propõem um filme em tudo inesperado. Estamos no Ar é convidativo ao espectador, filma um Porto sem tempo, e deixa-nos preenchidos no fim. Aviso à navegação: se não tens humor fica em casa! Estamos no Ar é para quem gosta de cinema sem preconceitos. – Miguel Valverde

Fonte: indie lisboa


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Não gostei, nem desgostei. Primeiro estranha-se, depois entranha-se. A gente habitua-se a observar a tela e a raciocinar o porquê de certas vidas. Pode-se pensar muita coisa, banalidades, até. Mas uma vida sem objetivos, deixa de ser racional e entra na esfera da irracionalidade, no degredo, no vazio... O filme pareceu-me mais um ensaio observável de umas tantas realidades à nossa volta. Na realidade não estamos contentes com nada, materialismo a mais, espiritualidade a menos, diz-se... Será que estamos falidos de emoções?

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