Enigmático o mar em que navego,
Imprevisto no horizonte que se avista,
Traz no bojo as inquietações que carrego
Na descoberta e na conquista;
Me assusta no manto de calmaria,
Me incita na revolta tempestade
Em que se agita e extasia
Na procura de alguma secreta divindade.
Carece-me o instinto e o saber
Dos ancestrais e míticos argonautas
Rompendo o absoluto desconhecido
Onde tudo podia acontecer
Seguindo ao som de primitivas flautas
Num enfrentar férreo e destemido.
Em tudo é preciso o querer e a invenção,
A luta,
Num mar inquieto que se agita;
Na essência, toda a criação
Traz o sangue da labuta.
Sinopse:
Aqui nos encontramos muito com uma poesia construída no sobressalto dos sentidos e pouco com aquela saída do esforço oficinal. O autor procurou celebrar o amor, a mulher, a vida e ainda lançar o olhar sobre o mundo à sua volta. Viajou pelos sentimentos, as emoções, os sonhos e fez incursões até aos longínquos lugares da sua memória. A tudo isto batendo nos poemas como diria o imenso Herberto Hélder e sempre reparando porque pôde olhar e ver seguindo o conselho do enorme Saramago.
Editor: Cordel D' Prata
Lançamento em Janeiro de 2025
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