Um desafio a corações empedernidos: assim é Maus Hábitos, a história lírica e feroz de uma menina presa num corpo de rapaz, desbravando o caminho rumo à sua identidade, à revelia de tudo e de si mesma.
«Eu, menina esperta, maricas encoberta, gaga, gorducha, com uma pala a cobrir-me o olho esquerdo e uns óculos maiores do que o desejável, era o oposto da imagem de uma pequena endiabrada […]. Quando os adultos olhavam para mim, achavam-me engraçada ou sentiam um pouco de pena, nada grave […]. Dava-me conta disso e aprendi a usá-lo a meu favor. Conseguia pensar em termos cruéis. A consciência de que necessitamos de um armário para nos escondermos torna-nos espertíssimos.»
Este romance leva-nos numa travessia pelo território mais íntimo da natureza humana — uma travessia da qual não saímos incólumes. Maus Hábitos é a história do encontro de uma pessoa consigo mesma, alguém que nasce no corpo errado, no lugar mais triste e sem futuro, num tempo desolado. Pela mão da protagonista, vamos até à sua infância em San Blas — um bairro operário suburbano e dizimado pela heroína nos anos oitenta —, passamos pela adolescência selvagem nas noites clandestinas de Madrid e chegamos ao raiar do milénio, quando a promessa de liberdade é soterrada por um episódio de insuportável violência. Contudo, das cicatrizes mais fundas há de emergir não a redenção, mas a esperança.
SINOPSE
Um desafio a corações empedernidos: assim é Maus Hábitos, a história lírica e feroz de uma menina presa num corpo de rapaz, desbravando o caminho rumo à sua identidade, à revelia de tudo e de si mesma.
«Eu, menina esperta, maricas encoberta, gaga, gorducha, com uma pala a cobrir-me o olho esquerdo e uns óculos maiores do que o desejável, era o oposto da imagem de uma pequena endiabrada […]. Quando os adultos olhavam para mim, achavam-me engraçada ou sentiam um pouco de pena, nada grave […]. Dava-me conta disso e aprendi a usá-lo a meu favor. Conseguia pensar em termos cruéis. A consciência de que necessitamos de um armário para nos escondermos torna-nos espertíssimos.»
Este romance leva-nos numa travessia pelo território mais íntimo da natureza humana — uma travessia da qual não saímos incólumes. Maus Hábitos é a história do encontro de uma pessoa consigo mesma, alguém que nasce no corpo errado, no lugar mais triste e sem futuro, num tempo desolado. Pela mão da protagonista, vamos até à sua infância em San Blas — um bairro operário suburbano e dizimado pela heroína nos anos oitenta —, passamos pela adolescência selvagem nas noites clandestinas de Madrid e chegamos ao raiar do milénio, quando a promessa de liberdade é soterrada por um episódio de insuportável violência. Contudo, das cicatrizes mais fundas há de emergir não a redenção, mas a esperança.
Crítica
«Peço-vos que leiam Maus Hábitos para que compreendam em absoluto a escala de adversidade, sofrimento e perigo que é necessário enfrentar quando se cresce como pessoa trans.» - Pedro Almodóvar
Critica de imprensa
«O grande feito deste romance é a sua delicada ternura, alcançado graças ao tom que a autora escolhe conscientemente usar em toda a trama.» - El Cultural
Opinião de livreiro - Um murro no estômago / Dário Barroca - Livreiro Bertrand Fórum Coimbra | 22-02-2024
Este é daqueles livros que nos deixa a pensar durante dias e dias e que nos faz perceber o quão privilegiados somos por vivermos na sociedade em que vivemos. Nesta história conseguimos sentir todas as experiências e sofrimentos da personagem principal pois o livro é narrado na 1ª pessoa, o que torna tudo muito mais próximo para nós leitores. É um livro que apesar de tudo é positivo e escrito com muito carinho. Uma leitura imprescindível.
Opinião de leitores: Para ler e reler / Hugo Albuquerque | 17-05-2024
O primeiro grande elogio que podemos fazer a este livro é a de que não saímos da sua leitura da mesma forma que entrámos. Com uma escrita pungente, mas ao mesmo tempo a irradiar ternura, durante a leitura é impossível não sentir empatia pela personagem principal... sofrer com as suas dores e contratempos, vibrar com as suas pequenas grandes vitórias. Impossível não desejar que tudo fosse diferente, que o respeito pelo outro fosse a realidade. É uma abordagem muito bem conseguida ao que é ser trans, numa sociedade marcada pela intolerância machista. O livro está recheado de episódios marcantes, narrados com acutilância e com a preocupação de mostrar o ambiente socio cultural como um todo. Adorei o livro e aconselho vivamente a sua leitura.
Sobre a escritora: Alana S. Portero
Nnasceu em Madrid, em 1978. É medievalista (Universidad Autónoma de Madrid), escritora, encenadora e cofundadora da companhia de teatro STRIGA. Escreve na imprensa espanhola sobre cultura, feminismo e ativismo LGBT. Maus hábitos é o seu primeiro romance. Será publicado em cerca de treze países. Foi galardoado em Espanha com o Prémio de Melhor Livro do Ano Time Out, como o Prémio Cálamo para Melhor Livro do Ano e distinguido pelo jornal El País.
Fonte da informação anterior em 9 junho24 / Bertrand
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Não posso deixar de enaltecer a tradução de Helena Pitta, que me pareceu excelente. Livro que se lê muito bem, traduz muito a realidade da sociedade em que vivemos que carece ainda e muito de compreender, aceitar e respeitar as diferenças. Não é possível fazer sofrer seres humanos só porque são diferentes e fogem às normas ditas "normal". São parcas as palavras para expressar a revolta. Já me habituei a substitui-la pelo silêncio. - João Eduardo -
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