24/11/25

História Perdida - Joseph Brodsky

 

Em 1948, na tranquila cidade de Polyany, na Rússia, um menino de dez anos chamado Joseph Brodsky recebeu um dos relatórios escolares mais duros que alguém poderia imaginar. "Teimoso. Preguiçoso. Mal educado. Disruptivo na aula. Faz mal os trabalhos de casa ou não faz nada. Os cadernos dele são confusos e cheios de rabiscos. Ele poderia ser um excelente aluno... mas ele não tenta." O professor não era fã de Brodsky. O menino detestava a escola soviética – sentia-se entediado, pulava de uma escola para outra, repetia de série, e no oitavo ano, se afastou de vez, jurando nunca mais voltar. E ele não voltou.

Embora os livros não o cativassem, as ruas de Leningrado o fascinavam. "As fachadas dos edifícios ensinaram-me mais sobre os egípcios, gregos e romanos do que qualquer sala de aula poderia", ele escreveria mais tarde. Sem diploma, sem educação formal e sem um futuro claro, Brodsky se envolveu em empregos estranhos, mas nunca deixou de escrever. A poesia se tornou sua bússola, mesmo quando o regime soviético o exilou por isso.

Décadas depois, em 1987, o jovem que havia sido reprovado por cadernos sujos e desinteresse na escola recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Joseph Brodsky mostrou que o verdadeiro brilho muitas vezes vai além dos boletins escolares – e que alguns talentos não foram feitos para seguir as regras, mas para reescrevê-las.

Fonte: História Perdida / Facebook



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