“Ele é negro. É um homem. Você está louca?” disse meu pai. Conheci James na minha primeira semana na faculdade na Carolina do Norte em 1965. Ele estava dando aulas de álgebra no salão dos estudantes, calmo e confiante, o único homem negro na sala. Ofereci-me para ajudá-lo a empilhar livros e de alguma forma conversamos até meia-noite. Ele me ensinou matemática. Eu ensinei-lhe acordes de guitarra. Faltamos à aula para ir ao lago, onde ninguém nos conhecia. Uma vez, um amigo nos viu juntos e nos avisou: “As pessoas falam.” Eu não me importava. James sim. Ele disse que precisávamos ter cuidado. Um mês depois, meu pai encontrou um bilhete que James me escreveu. Ele dirigiu por três horas, invadiu meu dormitório e me tirou de lá. James foi demitido do seu trabalho. Nunca mais o vi. Cinquenta e cinco anos depois, voltei para uma reunião. James estava sentado no mesmo banco. Ele sorriu e disse: “Demorou, hein?” Sentei-me ao lado dele e disse: “Desta vez não vou embora.”
Fonte: Fabiosa Diariamente / Facebook

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